sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

siga seu caminho.....acredite em você.


A rosa é a Rainha das flores, e vim oferecer a todos que me seguem uma Rosa branca pra dar muita paz, e outra vermelha pra trazer muita paixão....hoje é dia de reflexão.
pensar em tudo que aconteceu, em tudo que foi feito, se errou, tire proveito do acontecido, e tente não errar de novo, se acertou, tente fazer ainda melhor nesse ano que se inicia, novos caminhos, novos sonhos, sonhos antigos renovados, e fazer valer a pena, todos os dias são um presente de Deus, e cabe à nos escolhermos nossos caminhos, o que vamos fazer com nosso presente é responsabilidade nossa, temos de lembrar que tudo que fizermos terá um retorno, faça o bem,receberá o bem de volta, bom, é isso, tem o caminho longo, porem seguro e confiavel, e tem o caminho curto, porem perigoso...escolha o seu,, eu não tenho pressa de chegar, quero chegar e bem, vou pelo caminho seguro, e vc?? se for guerreiro, venha comigo...ao meu lado..tenha todos um feliz 2011......Carlos Tousi.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

triste..............é não sentir nada.

A Alegria na Tristeza

O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.

Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada.
Martha Medeiros

domingo, 26 de dezembro de 2010

Carlos Drummond de Andrade...sinto suas palavras em minh'alma.



E
 como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco

se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas

lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,

a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.

Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável

pelas pupilas gastas na inspeção
contínua e dolorosa do deserto,
e pela mente exausta de mentar

toda uma realidade que transcende
a própria imagem sua debuxada
no rosto do mistério, nos abismos.

Abriu-se em calma pura, e convidando
quantos sentidos e intuições restavam
a quem de os ter usado os já perdera

e nem desejaria recobrá-los,
se em vão e para sempre repetimos
os mesmos sem roteiro tristes périplos,

convidando-os a todos, em coorte,
a se aplicarem sobre o pasto inédito
da natureza mítica das coisas,

assim me disse, embora voz alguma
ou sopro ou eco ou simples percussão
atestasse que alguém, sobre a montanha,

a outro alguém, noturno e miserável,
em colóquio se estava dirigindo:
"O que procuraste em ti ou fora de

teu ser restrito e nunca se mostrou,
mesmo afetando dar-se ou se rendendo,
e a cada instante mais se retraindo,

olha, repara, ausculta: essa riqueza
sobrante a toda pérola, essa ciência
sublime e formidável, mas hermética,

essa total explicação da vida,
esse nexo primeiro e singular,
que nem concebes mais, pois tão esquivo

se revelou ante a pesquisa ardente
em que te consumiste... vê, contempla,
abre teu peito para agasalhá-lo.”

As mais soberbas pontes e edifícios,
o que nas oficinas se elabora,
o que pensado foi e logo atinge

distância superior ao pensamento,
os recursos da terra dominados,
e as paixões e os impulsos e os tormentos

e tudo que define o ser terrestre
ou se prolonga até nos animais
e chega às plantas para se embeber

no sono rancoroso dos minérios,
dá volta ao mundo e torna a se engolfar,
na estranha ordem geométrica de tudo,

e o absurdo original e seus enigmas,
suas verdades altas mais que todos
monumentos erguidos à verdade:

e a memória dos deuses, e o solene
sentimento de morte, que floresce
no caule da existência mais gloriosa,

tudo se apresentou nesse relance
e me chamou para seu reino augusto,
afinal submetido à vista humana.

Mas, como eu relutasse em responder
a tal apelo assim maravilhoso,
pois a fé se abrandara, e mesmo o anseio,

a esperança mais mínima — esse anelo
de ver desvanecida a treva espessa
que entre os raios do sol inda se filtra;

como defuntas crenças convocadas
presto e fremente não se produzissem
a de novo tingir a neutra face

que vou pelos caminhos demonstrando,
e como se outro ser, não mais aquele
habitante de mim há tantos anos,

passasse a comandar minha vontade
que, já de si volúvel, se cerrava
semelhante a essas flores reticentes

em si mesmas abertas e fechadas;
como se um dom tardio já não fora
apetecível, antes despiciendo,

baixei os olhos, incurioso, lasso,
desdenhando colher a coisa oferta
que se abria gratuita a meu engenho.

A treva mais estrita já pousara
sobre a estrada de Minas, pedregosa,
e a máquina do mundo, repelida,

se foi miudamente recompondo,
enquanto eu, avaliando o que perdera,
seguia vagaroso, de mãos pensas.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

sou o que quero ser...

"Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela
só tenho uma chance de fazer o que quero.
Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce,
dificuldades para fazê-la forte,
Tristeza para fazê-la humana e
esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas
elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos"

         


Ana Marcia.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Papai Noel....um presente de Deus.


É incrível o poder de fazer o bem, sou papai Noel a 4 anos, a cada ano me surpreendo ainda com as pessoas,
essa que me abraça, ou melhor, o papai Noel, é Daniela, ela e suas amigas, amigos e meu irmão pedro, todos meus doendes, rsrs
na verdade quem organizou tudo foi ela, ela e suas amigas , que formaram uma equipe, foi lindo ver todos trabalhando em prol de crianças carentes, que uma a uma recebeu seu presente, seu carinho, poxa, fiquei por duas horas com aquelas crianças, foi super mágico, cada abraço, beijo, carinho que faziam no papai Noel, me sentia mais vivo, escrevo isso com os olhos cheios d'agua, acabo de lembrar de um pedido de uma menina: papai Noel, queria muito ganhar um colchão, pois durmo no chão e dói muito, gente, meu coração ficou tão apertado, dei um forte abraço naquela menina, e disse que logo logo ela ia ganhar um bom colchão. e peço de coração que Deus permita que esse desejo seja realizado...
obrigado meu Deus. por deixar eu ajudar essas desses anjos de almas puras a iluminar o coração das pessoas...sem ver mesmo a quem.
Carlos Tousi.


domingo, 19 de dezembro de 2010

Trailer - GARI - a forja de um campeão



esse é o trailer do filme gari,
direção de Tony Valente. com um elenco bem dedicado, que foi muito bom trabalhar.
se Deus quizer, conseguiremos recursos para rodar o longa.
parabéns Tony.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A Poesia é o Alimento da Alma..

                             O POETA.

A poesia me faz lavar a alma.........................
a poesia me completa......................
por mais que o poeta seja um fingidor........................
o poeta também ama...............
o poeta também sente
o poeta também sofre

o poeta é atento
o poeta enfrenta
o poeta chora
o poeta ri
o poeta se perde num abraço
o poeta se encontra num sorriso 
o poeta mais que qualquer um
o poeta vive..............
amando
sentindo

rindo 
chorando
sofrendo
mas contudo......................ele é feliz.

......................João Usoti.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

JUNTAR AS PEDRAS, E SER FELIZ, OU LAMENTAR?

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
Apesar de todos os desafios,
Incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos 

problemas
E se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si,
Mas ser capaz de encontrar um oásis
No recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica,
Mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou
Construir um castelo ...


Fernando Pessoa

sábado, 11 de dezembro de 2010

Acorrentado - Festival Curta a Vida 2009


participar desse festival foi bem salutar, envolvente, esse curta foi o vencedor do festival, que contou com outros 6 trabalhos e foi muito importante as mensagens neles transmitidas, eu sou o traficante cabeça e gravei minhas cenas com 39° de febre...mas com a equipe toda e o apoio impar do Tony Valente, o resultado foi muito bom...Carlos Tousi.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Curta: Dividir Para Somar



este curta metragem foi feito pelos alunos da faculdade de radio e tv da unimonte em 2008, Vanessa a atriz que faz a cena comigo é de uma entrega incrível, obrigado, espero que gostem..

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mascara de tragédia...


foto tirada no teatro municipal de Santos no ensaio do espetaculo Antigona, eu Carlos Tousi, como Creonte, foi um presente esse personagem... direção de Angelica Magenta e grande elenco.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

hoje me peguei lendo alguns versos e poemas do Pablo Neruda, esse me fez sentir suas palavras tocando minha face como folha seca...jogada pelo vento.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite. 
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe". 
O vento da noite gira no céu e canta. 

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou. 
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito. 

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos. 
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi. 

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho. 
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo. 

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido. 
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo. 

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. 
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido. 

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. 
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. 

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido. 
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
Pablo Neruda

sábado, 4 de dezembro de 2010

Preste atenção se você não tem esquecido de pegar uma folha seca do chão.

CANÇÃO DE OUTONO

Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o própro coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando áqueles
que não se levantarão...

Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
Cecília Meireles

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Ser forte, é aprender a dizer não a si mesmo...

....amar é se doar..............
amar é ter no outro um pedaço de você.................
mas nunca esquecer que cada um é um....
um ser único ...........
amar é querer ver toda hora...
mas saber que nem toda hora da pra ver.....
amar é ser leal,,,,,não com a pessoa pura e simplesmente.......
mas com o nosso sentimento propriamente dito....
e as vezes por obra do acaso ou destino
a pessoa por quem  declaramos nosso amor...
vai embora
é claro que por se encontrar repleto de amor
vamos a luta

as vezes ficamos cegos e tentamos de qualquer forma resgatar aquele que achamos ser o nosso grande amor, que sem ele  não conseguiremos sobreviver,
porém,quando esse alguém diz não
muitas vezes não..
demonstrar nosso amor e ser forte

é recuar
dizer não a si mesmo.
deixar esse alguém seguir seu rumo.

e tentar seguir o seu também.
o amor não é um jogo, ninguém ganha ou perde
apenas o momento passou.

Carlos Tousi.

domingo, 28 de novembro de 2010

E você,de que cor tem pintado sua vida?

"Não tenho culpa se meus dias têm nascido completamente coloridos e os outros cismam em querer borrar as cores. Não tenho culpa se meu sorriso é de verdade e acontece por motivos bobos, mas bem especiais. Não tenho culpa se meus passos são firmes. Não sou perfeita... Eu tropeço e caio de vez em quando, aliás, eu caio muito. Meus olhos... têm brilhado bem diferentes ultimamente. E brilham diferentes a cada dia... e começo a me preocupar, pois tenho medo da velocidade dessas alterações... E no meu mundo mais lindo e completo não consigo entender a existência de algumas pessoas. Mas o mundo aqui não é dos mais justos mesmo... compreendo. Mas mesmo assim, eu tenho bastante lápis de cor... empresto pra quem quiser pintar a vida. Mas, por favor... não borrem a minha...

Autora desconhecida.

sábado, 27 de novembro de 2010

a vida é o que a gente busca nela.

E você.............sabe quem é você? conhece o ''sim''?

Hoje,passeando na net, me deparei com este texto e me chamou bastante a atenção, gostei...e concordo,,é melhor dizer sim...fazer o sim...e ser sim...espero que gostem.

Eu não sou pergunta, nem exclamação... .. Não sou perfeição, nem feia nem bonita, nem exceção... ... Tenho idéias demais, disposição de menos e um bloco de notas em branco. Tenho estilo próprio e admiro pessoas que pintam o cabelo de azul sem receio... ... Não gosto de pessoas que reclamam de tudo e que só usam a palavra ‘não’. Acredite: O vocabulário se torna bem mais extenso por se conhecer o ‘sim’. ... Faço-me de vítima, de intelectual, de psicóloga. E quando me perguntam se estou triste digo que não, estou cansada. Eu gosto de silêncio de dentro e as vezes de fora. Eu quero mais emoção, mais açúcar , menos preocupação. Quero viajar menos dentro de mim e ver tudo que está lá fora. Quero sucesso com todos os ‘s’ e uma casa branca no alto de uma montanha verde com um mar azul em frente e um conversível vermelho na garagem... ... Quero cabeça branca e vida colorida. Na rua eu ando depressa mas no fundo eu sou só preguiça. Adoro dar presentes, vivo dando fora, as vezes perco a hora mas sei que um dia eu chego lá. Dizem que sou doce, que sou estressada, que tenho papo cabeça , que sou engraçada, que sou um tédio, que eu sou demais e até que eu não existo. O que eu sei sobre mim é QUASE nada. Tenho uma pinta enorme nas costas e que incomoda, sou boa em matemática e sempre digo que sei cozinhar.... Rsrsrsrs (balela). KKKKK.... Sejam bem vindos ao meu mundo: Essa sou EU!

Autora desconhecida.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

É incrível como Pessoa, nos faz parar pra pensar...pense nisso.


Poema em linha reta

Fernando Pessoa(Álvaro de Campos)

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

as vezes o melhor que podemos dar,é o nosso silêncio...



O poeta apaixonado,     
quando sofre, não cala...
tenta da maneira mais nobre sobreviver...
por que o poeta não é egoísta ....
ele é fantasioso...
ele é sonhador...
e qualquer um..
que mesmo que sofra
ainda consiga sonhar
nunca deixa de lutar
mesmo que as vezes tenhamos de abandonar a luta
não por covardia ou medo ou falta de argumento...
não...claro que não...
as vezes tem que ter muita coragem para desistir de lutar
para abdicar de um amor,
que naquele momento por mais que você ame
ele precisa do seu silencio..
.....carlos tousi 

domingo, 21 de novembro de 2010

Ninguém tem culpa...

E Eu como um mero poeta..escrevo..escrevo,
e pouco paro pra pensar nesse momento de indecisão  vou na direção do vento e pouco penso no senso
medo de parar e errar
alias,medo de seguir e errar também ,me faz refém de uma luta comigo mesmo
pelo que conheço de mim...
estou prestes a explodir...
me calo ,me curvo...
me pego sem pensar em nada..
na verdade não é fuga,é a maneira de lutar ou tentar vencer sem estar lutando...
é complicado....os sentimentos são complicados...
nada disso....complicadas são as pessoas....
mania de medir sentimentos..
o nome é claro,sentir..
mas as pessoas complicam tudo,
querem medir seu sentimento e ficam arrumando desculpas para não assumirem culpas,
mas quem é culpado de sentir ou não sentir isso ou aquilo por alguém?
ninguém tem culpa,o amor não se da por razão,nem por opinião
é por filem,por pele,por química,não tem como medir nem explicar
o melhor nesse caso é sentir
e nunca esquecer
ninguém tem culpa.

                                                 ..carlos tousi.

sábado, 20 de novembro de 2010

TABACARIA - ÁLVARO DE CAMPOS - FERNANDO PESSOA...........SIMPLESMENTE MARAVILHOSO...

      TABACARIA
    Não sou nada.
    Nunca serei nada.
    Não posso querer ser nada.
    À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

    Janelas do meu quarto,
    Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
    (E se soubessem quem é, o que saberiam?),
    Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
    Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
    Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
    Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
    Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
    Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

    Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
    Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
    E não tivesse mais irmandade com as coisas
    Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
    A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
    De dentro da minha cabeça,
    E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

    Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
    Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
    À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
    E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

    Falhei em tudo.
    Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
    A aprendizagem que me deram,
    Desci dela pela janela das traseiras da casa.
    Fui até ao campo com grandes propósitos.
    Mas lá encontrei só ervas e árvores,
    E quando havia gente era igual à outra.
    Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

    Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
    Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
    E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
    Gênio? Neste momento
    Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
    E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
    Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
    Não, não creio em mim.
    Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
    Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
    Não, nem em mim...
    Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
    Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
    Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
    Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
    E quem sabe se realizáveis,
    Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
    O mundo é para quem nasce para o conquistar
    E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
    Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
    Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
    Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
    Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
    Ainda que não more nela;
    Serei sempre o que não nasceu para isso;
    Serei sempre só o que tinha qualidades;
    Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
    E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
    E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
    Crer em mim? Não, nem em nada.
    Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
    O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
    E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
    Escravos cardíacos das estrelas,
    Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
    Mas acordamos e ele é opaco,
    Levantamo-nos e ele é alheio,
    Saímos de casa e ele é a terra inteira,
    Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.


    (Come chocolates, pequena;
    Come chocolates!
    Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
    Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
    Come, pequena suja, come!
    Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
    Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
    Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)


    Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
    A caligrafia rápida destes versos,
    Pórtico partido para o Impossível.
    Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
    Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
    A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
    E fico em casa sem camisa.

    (Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
    Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
    Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
    Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
    Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
    Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
    Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
    Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
    Meu coração é um balde despejado.
    Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
    A mim mesmo e não encontro nada.
    Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
    Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
    Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
    Vejo os cães que também existem,
    E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
    E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

    Vivi, estudei, amei e até cri,
    E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
    Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
    E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
    (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
    Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
    E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

    Fiz de mim o que não soube
    E o que podia fazer de mim não o fiz.
    O dominó que vesti era errado.
    Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
    Quando quis tirar a máscara,
    Estava pegada à cara.
    Quando a tirei e me vi ao espelho,
    Já tinha envelhecido.
    Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
    Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
    Como um cão tolerado pela gerência
    Por ser inofensivo
    E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

    Essência musical dos meus versos inúteis,
    Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
    E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
    Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
    Como um tapete em que um bêbado tropeça
    Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

    Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
    Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
    E com o desconforto da alma mal-entendendo.
    Ele morrerá e eu morrerei.
    Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
    A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
    Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
    E a língua em que foram escritos os versos.
    Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
    Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
    Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,

    Sempre uma coisa defronte da outra,
    Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
    Sempre o impossível tão estúpido como o real,
    Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
    Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

    Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
    E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
    Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
    E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

    Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
    E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
    Sigo o fumo como uma rota própria,
    E gozo, num momento sensitivo e competente,
    A libertação de todas as especulações
    E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

    Depois deito-me para trás na cadeira
    E continuo fumando.
    Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

    (Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
    Talvez fosse feliz.)
    Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
    O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
    Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
    (O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
    Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
    Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
    Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.


    Álvaro de Campos

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A origem dos meus brigadeiro...........

Bom, hoje vou contar como surgiu a idéia de fazer brigadeiros.


exatamente em fevereiro de 2006 o diretor de teatro Antonio Guigoneto me convidou para fazer um teste para uma peça de teatro de Moliere,Jorge Dandin, bem, tinham muitos atores e Ele distribuiu poemas para serem recitados pelos candidatos atores, eu confesso que mesmo sendo um admirador de poesias,nunca tinha lido um que me foi dado a mão, dei uma breve passada de olhos pelo poema e logo chegou minha vez, e todos pareciam me olhar atentamente ,meu nervosismo como se num passe de mágica não existia mais, recitava palavra por palavra como se fossem minhas, cada palavra eu degustava como um alimento,e assim me senti por todo passeio por aquele poema, cada palavra me vinha com a visão da cena em questão e quando acabara de ler,uma estrofe não me saia da cabeça, conseguia ver novamente a cena e chegava a sentir o gosto,o sabor,e assim fiz meu primeiro brigadeiro. 
e fui pegando gosto, aperfeiçoando, criando sabores, e todos que eu presenteava com minha arte, sim, eu os fazia como arte, como parte de algo sem explicação, que do dia pra noite eu sabia fazer brigadeiros, e sempre lembrando daquela pequena.
Meu prazer era inenaravel, via as pessoas se esquecerem por alguns segundos que existia o resto do mundo, serio, era como se o mundo parasse para alguém sentir o sabor do chocolate derretendo em sua boca, quase uma mágica, um orgasmo, um prazer em ter prazer. e isso não tem preço.
Obrigado pequena.


hoje deixarei apenas  a estrofe do poema TABACARIA de Fernando Pessoa, e assim vocês vão entender o por que da pequena.
 Amanhã deixarei o poema inteiro..


(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)



ha!! e quanto ao personagem?? ganhei o persnagem que dava nome ao espetaculo, Jorge Dandin. e foi um ano de muito aprendizado e descobertas..
obrigado sr Guigonetto ( em menoria) Jessica Souto, Marcia Marques, Edson Braga e todo elenco.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

hoje acordei com vontade de mudar...

Mude,mas comece devagar,
por que a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!

***Texto de Clarice Lispector